Início Cultura Organizacional Os LGBTQIAPN+ e o que a sua empresa pode fazer pela causa

Os LGBTQIAPN+ e o que a sua empresa pode fazer pela causa

Tal empresa é LGBT friendly. Certo, mas o que isso quer dizer? Não só a internet, mas a mídia de um modo geral, trouxe muitos debates à tona. Um deles é a comunidade LGBTQIAPN+. Ou seja, um grupo que inclui toda a diversidade sexual e de gênero que existe. Ainda não entendeu? Vamos lá!

Para se ter ideia, a sigla LGBTQIA+ nem sempre foi essa. Hoje, ela inclui: lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, transexuais, travestis, queers, intersexuais, assexuais, pansexuais, pessoas não-binárias, entre outros. Ao contrário do que se imagina, o objetivo da sigla não é confundir, mas sim dar voz a esse grupo e suas pautas.

Contudo, muita gente ainda acha que a evolução da sigla não passa de mi-mi-mi. De acordo com a ABGLT, 10% dos brasileiros se identifica com pelo menos uma dessas letras. O que corresponde a cerca de 20 milhões de pessoas. Confira esses e outros dados sobre a comunidade no infográfico:

Na lata

Com base nisso, algumas empresas saíram do armário e assumiram seu apoio à causa LGBTQIA+. É o caso da Amstel, por meio da campanha I Am What I Am. Que contou com a participação de Pabllo Vittar, Bielo, DJ Heey Cat, Matheus Carrilho, Rapha Dumaresq e Pepita. Veja o comercial:

Lançado em maio deste ano nas TVs de todo o país, o comercial acumula mais de 8.3 milhões de visualizações no YouTube. Além do vídeo, a marca patrocinou a live da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo pela terceira vez seguida e reverteu 100% das vendas para ONGs em prol dos LGBTQIA+.

No entanto, o que essa ação tem de tão especial? Ao passo que uma marca de cerveja contrata a Pabllo Vittar, a drag queen mais seguida do mundo, para estar em uma propaganda na TV aberta, o público LGBTQIA+ se sente representado. Afinal de contas, a mídia não costuma retratá-lo assim.

Além disso, os homens bebem três vezes mais cerveja que as mulheres, diz IBGE. Isso quer dizer que a publicidade de grandes marcas sempre se ateve ao público masculino. O que explica os comerciais com mulheres de biquíni na beira da praia de tempos atrás. Se lembra da Verão?

Portanto, outras empresas, além da Amstel, se deram conta da importância de se aproximar desse público. De acordo com o Grupo Croma, 72% dos LGBTQIA+ entrevistados querem diversidade nas campanhas de marketing. O que não vale é só lembrar da causa no mês do orgulho e nunca mais.

Pink money

Em 2019, a cantora e drag queen Glória Groove lançou a canção Magenta Cash. Uma parceria com a rapper Monna Brutal. A música fala sobre o pink money (dinheiro rosa, em tradução livre). Termo que se refere ao poder de consumo dos LGBTQIA+ e que muitas marcas estão de olho. Por quê?

De acordo com a Out Leadership, o potencial de compra desse grupo é de quase R$ 420 bilhões. Ou seja, cerca de 10% da riqueza do país. Sendo assim, as empresas que só pensam no lucro até fazem uma ação aqui e outra ali. Contudo, apenas algumas vão além do arco-íris na embalagem.

LGBTQIA+ de carteira assinada

Por exemplo. Em vez de esperar até junho do ano que vem para erguer a bandeira, o que acha de rever o processo seletivo da sua empresa? De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), a prostituição é a única fonte de renda para 90% das pessoas trans do país.

Contratar uma ou mais pessoas trans é fácil! Divulgue sua vaga no portal TransEmpregos e seja uma das mais de 1.400 empresas parceiras. Só no ano passado, o site divulgou 1.411 vagas para profissionais trans. No período de um ano, 794 pessoas entraram no mercado de trabalho.

Diversidade no trabalho

É comum os LGBTQIA+ ouvirem não atrás de não antes da tão sonhada vaga. Porém, depois de contratados, muitos deles precisam lidar com outro problema: o preconceito dos colegas. O que afeta, não somente, o desempenho, mas também a autoestima e a saúde mental do funcionário.

Prova disso é uma pesquisa da consultoria Mais Diversidade. De acordo com o estudo, 53% dos trabalhadores LGBTQIA+ preferem não falar sobre a sua identidade de gênero ou orientação sexual no ambiente profissional. Seja por se sentirem sozinhos ou por falta de segurança.

Para a sua empresa ser mais inclusiva, não tenha medo de abordar temas como a adoção, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a criminalização da homofobia e o nome social. No mais, se posicione sempre que necessário e não deixe de denunciar qualquer tipo de violência.

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